O Vitiligo é uma doença que acomete cerca de 1% da população e caracteriza-se por manchas brancas (acrômicas), sem pigmentação, devido à destruição dos melanócitos (células responsáveis pela pigmentação) da pele. Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas geralmente causam baixa autoestima, que podem prejudicar o convívio social. Nos casos das lesões de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), algumas técnicas cirúrgicas podem ser empregadas para estimular a pigmentação dessas manchas.
A cirurgia compreende a transferência de melanócitos, obtidos em áreas de pele saudável, para a área afetada. Estes melanócitos estimulam a produção de melanina, repigmentando a lesão. Independentemente da técnica utilizada, após a cirurgia é necessário que o tratamento clínico (cremes ou fototerapia) seja mantido para que os melanócitos sejam estimulados e ocorra a pigmentação da pele. Veja abaixo as diversas técnicas que podem ser utilizadas, segundo a Dra. Marcela Benez.
Micro-Enxertos
Colhem-se pequenos fragmentos de pele normal, através de instrumentos cilíndricos especiais (“punchs”). Esses fragmentos são introduzidos na pele a ser tratada (enxerto). A pele enxertada fica um pouco mais elevada do que a pele normal (aspecto de paralelepípedo), porém, essa alteração tende a diminuir com o tempo.
Papa de Melanócitos
Diferente da técnica anterior, a pele é coletada através de raspagem de pele sã, que é posteriormente colocada na área com vitiligo.
Enxerto de pele através de bolha por sucção
Faz-se indução da formação de bolha na área de pele doadora. O teto da bolha é implantado na área a ser tratada, que é previamente abrasada. O procedimento raramente deixa cicatriz, porém, é bem mais demorado. A indução da bolha pode ser dolorosa e só permite tratar áreas menores.
Transplante de Melanócitos
Mais nova técnica desenvolvida na Índia. Uma suspensão rica em melanócitos, obtidos na área doadora através de fina raspagem da pele, é aplicada na área afetada, que é previamente abrasada. Essa técnica, atualmente, é a que apresenta melhores resultados, não deixando cicatrizes. Sua principal vantagem é a necessidade de apenas um tratamento, caso seja bem sucedido. Essa técnica é realizada pela Dra. Marcela Benez no IDERJ.